Uma faixa viral na internet mudou a vida de TRAEMME, que cativou o público com uma versão forró do hit “No Air”, de Jordin Sparks e Chris Brown. Do último ano pra cá, a artista começou a intensificar sua agenda de shows, subiu ao palco de um dos maiores festivais LGBTQIAPN+ do país e continua apostando em versões ‘abrasileiradas’ de grandes sucessos internacionais. TRAEMME, que no passado trabalhou com a prostituição para custear seu sonho de viver de música, falou ao POPline sobre o fim de uma categorização de artistas por identidade de gênero: “Todas essas meninas que passaram antes de mim, eu e as que virão depois, a gente tá construindo esse momento. E não vai ser coisa de 50, vai ser coisa de 100 anos mesmo, sabe?”.
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Foto: Paloma Clarice
A artista, que veio do interior de São Paulo, já está acostumada com a junção quase que inseparável do termo ‘travesti’ ao seu próprio nome. Ela acredita que, em um momento futuro, essa segregação na forma de se referir a artistas irá mudar, mas, após sofrer muito preconceito na pele, chegou à conclusão de que essa evolução da sociedade deve demorar, embora reconheça um progresso em curso até chegar lá.
“Eu sonho [com o fim dessa categorização], mas acho que hoje em dia eu cheguei numa conclusão que eu não estarei viva pra ver isso acontecer. Eu acho que todas essas meninas que passaram antes de mim, eu e as que virão depois, a gente tá construindo esse momento. E não vai ser coisa de 50, vai ser coisa de 100 anos mesmo, sabe? Acho que a gente tá no processo, muito melhor que lá atrás. Só o fato de ter artistas trans tendo destaque. Por exemplo, acabei de subir no palco do Hopi Pride, meu primeiro festival, do lado da Liniker, que é outra mana trans. Então a gente tá no caminho, mas ainda seremos nichadas, tipo ‘a arte daquela artista trans’…”, refletiu TRAEMME.
Por outro lado, a dona da faixa viral “Sou Eu” comenta que vê importância em se apropriar da palavra, até como forma de inspirar pessoas da comunidade queer e pessoas travestis e trans que sonham em viver de arte.
“De certa forma, eu acho bom porque a gente ressignifica. Por exemplo, eu falo muito que eu sou uma mulher travesti, que sou travesti pra ressignificar essa palavra, que vem cheia de estereótipos e marginalidade. É uma travesti cantora, tava no palco do maior festival LGBTQIAPN+ do Brasil, tem uma música viralizada, tá construindo uma base de fãs sólida, tudo organicamente. Então faz a gente dar um outro valor pra essa palavra, tanto que é a primeira coisa que eu falo assim que acaba a abertura do show é ‘sim, eu sou uma travesti’, pra mostrar que pessoas como nós são capazes de levar um trabalho f*da, de ser além do que a sociedade espera, que é a prostituição, e graças a Deus eu saí daquela realidade”, complementa a artista.
POPline Real Life


Fotos: POPline
Em um mundo cada vez mais digitalizado e em que uma boa troca olho no olho acaba cedendo espaço para rolar o feed, o POPline traz uma iniciativa que valoriza o contato e a aproximação no físico. O portal, conhecido como o maior veículo de música do Brasil, fez um convite a se desconectar um pouco do virtual e celebrar as conexões humanas fora das telas.
Na noite desta segunda-feira (2), artistas como Dilsinho, Thiago Pantaleão, Wenny, Diego Martins, TRAEMME e vários outros tiveram um encontro com creators e players da música e do entretenimento no escritório da produtora GH Music, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, que abriu suas portas para uma noite de muitas conexões, celebrações e, claro, muita música!


Foto: POPline
O evento, que dá início também às celebrações de 20 anos de POPline, contou com a presença e falas do fundador e CEO Flávio Saturnino, além da presença dos sócios e time do veículo. Karina Karão, a repórter oficial do POPline, ficou encarregada pela apresentação e cobertura do evento.
Fonte: POPline