loader image
Pesquisar
Close this search box.

Magazine

Pesquisar
Close this search box.

Compartilhar

Lauana Prado e o incômodo dos conservadores: A revolução feminina no sertanejo está em curso

Lauana Prado e o incômodo dos conservadores: A revolução feminina no sertanejo está em curso

Por muito tempo, o sertanejo foi um território dominado por vozes masculinas que cantavam sobre amores perdidos, festas no interior e — quase sempre — sob a ótica do homem, mas os tempos mudaram. Nos últimos anos, mulheres vêm tomando para si o microfone e, mais do que isso, o protagonismo. Uma dessas vozes é a de Lauana Prado, cantora goiana que, além de sucesso de público com atualmente mais de 9,6 milhões de ouvintes mensais, tem provocado debates entre os mais conservadores do gênero.

Foto: Will Dias | Brazil News

O motivo por trás do debate em torno do nome de Lauana Prado? Sua postura livre, seu repertório ousado e o fato de ser uma mulher bissexual assumida em um dos gêneros mais tradicionalistas do Brasil.

Sua segurança no palco e seus looks desafiam os estereótipos de feminilidade esperados no meio sertanejo, e suas falas têm incomodado quem ainda espera que a mulher sertaneja ocupe um lugar passivo, quase decorativo, nas letras, nos palcos e principalmente nos bastidores.

Essa rejeição é um sintoma de algo maior: a dificuldade de lidar com novas narrativas no sertanejo, especialmente aquelas que incluem mulheres com autonomia, desejos próprios e coragem para expor suas verdades. Especialmente àquelas em que mulheres são as autoras de suas próprias histórias.

O movimento vêm quebrando barreiras há mais de uma década, com nomes como Marília Mendonça, Maiara & Maraisa, Simone & Simaria, Paula Fernandes, Roberta Miranda, entre outras. Essas artistas abriram caminho para letras que falam de sororidade, traição sob a perspectiva feminina e empoderamento.

Embora tenham conquistado um sucesso avassalador e números de fazer inveja, muitas vezes ainda são tratadas como “exceções” ou vistas como um “subgênero” do sertanejo, enquanto os homens continuam sendo os grandes headliners dos festivais.

Se o machismo já era um desafio, o recorte LGBTQIAPN+ complica ainda mais as coisas. Enquanto cantores homens cis héteros podem cantar sobre suas amantes, beber até cair e se tornarem ícones de masculinidade, Lauana Prado incomoda justamente por não esconder quem ama. Aqui devemos incluir também outros nomes femininos do sertanejo, piseiro e forró que se posicionam de forma semelhante, como Luiza Martins e Mari Fernandez.

Ao colocar o amor entre mulheres em evidência, Lauana, assim como Luiza e Mari, confronta de frente o moralismo arraigado em boa parte da base de fãs sertaneja, especialmente aquela mais conservadora e alinhada a discursos religiosos e políticos de direita.



Fonte: POPline

Patrocinado

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *